A chegada do rover foi uma chance rara de ver como o Planeta Vermelho absorve a energia dos impactos
O módulo de pouso estava ouvindo. Em 18 de fevereiro, a sonda InSight da NASA em Marte voltou sua atenção para o local de pouso para outra missão, Perseverance, na esperança de detectar sua chegada ao planeta.
Mas o InSight não ouviu nada.
Os blocos de tungstênio ejetados pelo Perseverance durante a entrada caíram com força suficiente para criar crateras na superfície marciana. Colisões como essas – sejam de missões espaciais ou colisões de meteoros – enviam ondas de choque pelo solo. No entanto, no primeiro experimento desse tipo em outro mundo, o InSight não conseguiu detectar nenhuma onda sísmica dos impactos dos blocos, relatam pesquisadores em 28 de outubro na Nature Communications.
Como resultado, os pesquisadores acreditam que menos de 3% da energia dos impactos chegou à superfície marciana. A intensidade dos rumores gerados pelo impacto varia de planeta para planeta e é “realmente importante para entender como o solo mudará após um grande evento de impacto”, diz Ben Fernando, geofísico da Universidade de Oxford.
Mas obter essas medições é complicado. Os cientistas precisam de instrumentos sensíveis colocados relativamente perto de um local de impacto. Saber quando e onde um meteoro vai cair é quase impossível, especialmente em outro mundo.
Digite Perseverança: um objeto espacial arremessado definido para atingir Marte na hora e local exatos (SN: 17/02/21). Para ajudar com sua entrada, o Perseverance lançou cerca de 78 quilos de tungstênio quando o rover pousou a cerca de 3.450 quilômetros de InSight. O momento e o peso da queda forneceram uma “oportunidade única em uma missão” para estudar os efeitos sísmicos imediatos de um impacto do espaço, Fernando diz.
A equipe não tinha ideia se o InSight seria capaz de detectar os impactos dos blocos ou não, mas a chegada silenciosa fala por si. “Isso nos permite colocar um limite máximo na quantidade de energia dos blocos de tungstênio transformada em energia sísmica”, diz Fernando. “Nunca fomos capazes de obter esse número para Marte antes.”
Publicado em 01/11/2021 10h32
Artigo original: