Uma pessoa paralisada do pescoço para baixo se comunicou usando a tecnologia de cérebro para texto
Eletrodos no cérebro de um homem paralisado transformaram sua caligrafia imaginária em palavras digitadas em uma tela. A tradução do cérebro para o texto pode, em última análise, apontar maneiras de ajudar as pessoas com deficiências, como paralisia, a se comunicarem usando apenas seus pensamentos.
Um homem de 65 anos teve duas grades de minúsculos eletrodos implantados na superfície de seu cérebro. Os eletrodos leem a atividade elétrica na parte do cérebro que controla os movimentos das mãos e dos dedos. Embora o homem estivesse paralisado do pescoço para baixo, ele se imaginou escrevendo cartas suavemente com a mão. Com um algoritmo, os pesquisadores descobriram os padrões neurais que acompanhavam cada letra imaginada e transformaram esses padrões em texto em uma tela.
De sua atividade cerebral apenas, o participante produziu 90 caracteres, ou 15 palavras, por minuto, Krishna Shenoy, um investigador do Howard Hughes Medical Institute da Universidade de Stanford, e colegas relatam 12 de maio na Nature. Isso é quase tão rápido quanto a taxa média de digitação de pessoas em torno da idade do participante em smartphones.
O sistema de pensamento para texto funcionou mesmo muito depois da lesão. “A grande surpresa é que mesmo anos e anos após a lesão da medula espinhal, quando você não consegue usar as mãos ou os dedos, ainda podemos ouvir essa atividade elétrica. Ainda está muito ativo”, diz Shenoy.
A comunicação movida pelo pensamento ainda está em seus estágios iniciais. É necessária pesquisa com mais voluntários, mas “há poucas dúvidas de que isso funcionará novamente em outras pessoas”, diz Shenoy. Os pesquisadores planejam testar o sistema com uma pessoa que perdeu a capacidade de se mover e falar.
Publicado em 16/05/2021 10h32
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