A pandemia de COVID-19 destaca a importância da tecnologia da saúde

UM TÉCNICO carrega amostras de laboratório em um drone no Ziv Medical Center em Safed em outubro.

(crédito da foto: DAVID COHEN / FLASH 90)


Construir essas pontes é vital para garantir uma melhor preparação para futuras pandemias e crises de saúde.

O COVID-19 causou interrupções sem precedentes, dizimando economias e causando estragos nos sistemas de saúde em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Para lidar com os enormes desafios enfrentados por seus sistemas de saúde, os países em todo o mundo lançaram rapidamente tecnologias digitais, que se mostraram instrumentais na superação dessas tribulações. Como resultado, houve um crescimento exponencial do setor de tecnologia da saúde, com telemedicina, diagnóstico digital e soluções de monitoramento residencial implantadas em um ritmo acelerado para atender às necessidades urgentes e em evolução.

Embora a campanha de vacinação de Israel tenha permitido a reabertura de sua economia gradualmente, outras partes do mundo lutam para distribuir ou ter acesso às vacinas. Essas disparidades estão em exibição globalmente, mas são especialmente visíveis na Ásia. Embora algumas nações asiáticas tenham feito um trabalho notável ao lidar com a crise, outras no continente ainda estão lutando. Como a Indonésia e a Índia, alguns países foram atingidos de forma especialmente dura e devem enfrentar uma recuperação econômica prolongada.

Israel deve desenvolver parcerias estratégicas com países asiáticos, compartilhar melhores práticas, exportar suas inovações e usar seus recursos de tecnologia de saúde para ajudar países em dificuldades como a Indonésia e as Filipinas. Construir essas pontes é vital para garantir uma melhor preparação para futuras pandemias e crises de saúde. Além disso, é fundamental para ajudar os países que correm o risco de ficar ainda mais para trás.

Dinâmica de mudança global

Tradicionalmente, o mundo olha para os Estados Unidos em tempos de crise, mas durante a pandemia os EUA têm estado notavelmente preocupados e ausentes. A nova administração está enviando sinais tranquilizadores, como a adesão à iniciativa Covax, para reconstruir a confiança. Embora esse seja um primeiro passo significativo, ainda está longe de preencher o vazio de liderança global que o governo anterior expandiu.

A União Europeia, por sua vez, tem enfrentado dificuldades para acessar as vacinas fabricadas no Ocidente em tempo hábil, o que levou os Estados membros a considerarem procurar outro lugar. Reconhecendo o valor da diplomacia médica, potências emergentes como Rússia, China e Índia estão trabalhando ativamente para preencher o vazio, fornecendo vacinas e equipamento de proteção individual (EPI) para países necessitados.

Cientes de que não podem mais depender apenas das superpotências, potências médias e pequenas como Israel, Austrália, Cingapura e Taiwan devem trabalhar juntas para estabelecer novas plataformas de cooperação. Isso pode ajudar a criar capacidades independentes e minimizar a vulnerabilidade dos países menores a efeitos colaterais e pressões decorrentes da competição das superpotências.

Fechando lacunas por meio da saúde digital

Fechar as lacunas de saúde, possibilitar a prestação de serviços de saúde e desenvolver infraestrutura digital são os principais desafios que os países enfrentam em todo o mundo. Campos especializados, como inteligência artificial e impressão 3D, podem trazer a capacidade local muito necessária para personalizar o tratamento do paciente e permitir um atendimento melhor, mais barato e mais acessível.

A implantação de novas tecnologias pode reduzir a pressão sobre trabalhadores de saúde com poucos recursos e aumentar o acesso à saúde em regiões remotas e menos desenvolvidas. Do teste COVID-19 rápido e barato ao aprendizado de máquina para procedimentos analíticos e robustas campanhas de vacinação em massa, os países capacitados devem compartilhar suas inovações tecnológicas e conhecimento em saúde com as nações que não possuem esse know-how.

A demanda por essas e outras soluções de saúde só vai crescer, à medida que as nações estão interessadas em aumentar sua autossuficiência e são forçadas a gerenciar os custos crescentes de saúde, o envelhecimento da população e o risco de futuras pandemias globais. Para alguns, estratégias para otimizar seus sistemas de saúde já estão em andamento. Outros precisarão de ajuda.

Conectando-se por meio da inovação em tecnologia da saúde

Como líder mundial em tecnologia de saúde e cuidados de saúde baseados na comunidade, Israel tem um papel significativo a desempenhar neste esforço. Com cerca de 1.500 empresas em saúde e ciências da vida, Israel tem capacidade para exportar seu conhecimento e inovações em todo o mundo, especialmente para a Ásia, Oriente Médio e África. Inovações israelenses, como TytoCare, uma plataforma remota de testes e diagnósticos médicos sob demanda, ou Aidoc, que oferece uma análise rápida de exames médicos por meio da tecnologia de IA, podem atualizar os sistemas de saúde e aumentar sua relação custo-benefício.

O mercado asiático de tecnologia médica já é um dos maiores do mundo e está crescendo rapidamente. Mas para Israel, esta não é apenas uma oportunidade de acessar um novo mercado lucrativo; pode salvar vidas e ter um impacto duradouro na qualidade de vida das pessoas em uma das regiões mais importantes do mundo. Ao se envolver com os principais inovadores regionais, como Cingapura, novas parcerias estratégicas podem ser construídas para ajudar Israel a se preparar melhor para o futuro. Além disso, ao ajudar os países em dificuldades, Israel pode trazer o alívio tão necessário e remodelar sua imagem global.

O COVID-19 tem sido um lembrete urgente da importância da tecnologia da saúde na definição da capacidade dos países de gerenciar a pandemia. Para se preparar para os desafios futuros e emergências de saúde, a cooperação global em tecnologia da saúde será crítica. Os países asiáticos podem ser os parceiros ideais, mas Israel deve tomar a iniciativa.


Publicado em 31/03/2021 19h58

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