Megaflash de 700 km no Brasil bate recorde

Agência climática da ONU mede raios usando tecnologia de imagens de satélite

A agência meteorológica da ONU anunciou na quinta-feira o maior raio já registrado – um único flash no Brasil em 31 de outubro de 2018 que cortou o céu em mais de 700 quilômetros.

Isso é equivalente à distância entre Boston e Washington DC, nos Estados Unidos, ou entre Londres e Basileia, na Suíça, informou a Organização Meteorológica Mundial em comunicado.

O comitê de especialistas da OMM sobre extremos climáticos e climáticos também reportou um novo recorde mundial pela duração de um relâmpago, com um único flash que se desenvolveu continuamente no norte da Argentina em 4 de março de 2019 e durou 16,73 segundos.

Os novos registros de “megaflash”, que foram verificados com a nova tecnologia de imagens de raios por satélite, foram mais do que o dobro dos detentores de registros conhecidos anteriormente, informou a OMM.

O recorde anterior para a maior distância detectada para um único relâmpago foi de 321 quilômetros (199 milhas), medido em 20 de junho de 2007 no estado americano de Oklahoma, disse a OMM.

O recorde anterior de duração foi de 7,74 segundos, medido em 30 de agosto de 2012 no sul da França.

‘Registos extraordinários’

As novas medições revelam “registros extraordinários de eventos únicos de relâmpagos”, afirmou Randall Cerveny, relator-chefe do comitê de especialistas da OMM, em comunicado.

“É provável que ainda existam extremos ainda maiores e que possamos observá-los à medida que a tecnologia de detecção de raios melhorar”, disse ele.

Os registros anteriores foram avaliados usando dados coletados pelas chamadas redes de matriz de mapeamento de raios, que muitos cientistas reconhecem enfrentar limites superiores na escala de raios que podem ser observados, disse a OMM.

Ele elogiou os recentes avanços no mapeamento espacial de raios que permitem medir “a extensão e a duração do flash continuamente em amplos domínios geoespaciais”.

Isso permitiu a detecção de “extremos anteriormente não observados na ocorrência de raios, conhecidos como ‘megaflashes'”, disse Michael J. Peterson, do Grupo de Espaço e Sensoriamento Remoto do Laboratório Nacional Los Alamos, nos EUA.

Megaflashes, disse ele, “são definidos como descargas de raios na mesoescala horizontal que atingem centenas de quilômetros de comprimento”.

A agência da ONU ocasionalmente revela marcos peculiares relacionados ao clima, como em 2016, revelando uma medição recorde de ondas de um gigante que se elevava a 19 metros (62,3 pés) – mais baixo que um prédio de seis andares – acima do Atlântico Norte.

Todos esses registros são armazenados no Arquivo da OMM de extremos climáticos e climáticos.

Atualmente, o arquivo inclui dois outros extremos relacionados a raios.

Um deles é o da maioria das pessoas mortas por um único raio direto, quando 21 pessoas morreram no Zimbábue em 1975, enquanto procuravam segurança em uma cabana que foi atingida.

O outro é para um ataque indireto, quando 469 pessoas morreram em Dronka, no Egito, quando um raio atingiu um conjunto de tanques de petróleo em 1994, causando a queima de petróleo na cidade.


Publicado em 27/06/2020 17h16

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